CAPIVARAS DA PAMPULHA NÃO VIRÃO PARA PEDRO LEOPOLDO

PROFESSOR DA ESCOLA DE VETERINÁRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS – UFMG, TRANQUILIZOU POPULAÇÃO

Reportagem: Luciana Gonçalves / Fotos: Pacheco de Souza

reuniao professor ufmg 2

Professor Leonardo Lara

A equipe do MIX NOTÍCIAS acompanhou uma reunião com o professor da Escola de Veterinária da UFMG, Leonardo Lara – da área de produção e nutrição de animais silvestres, realizada nessa segunda feira (24), na Câmara Municipal de Pedro Leopoldo. O professor ocupou a Tribuna da Casa Legislativa para esclarecer e alertar sobre a notícia veiculada no Jornal Estado de Minas do dia 12 de fevereiro, dizendo que as capivaras da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte seriam trazidas para a ciddade.

“Desde 2012 é observado a quantidade de animais que transitam entre a Fazenda Modelo e o Lanagro – Laboratório Nacional Agropecuário. O potencial de risco sanitário que esse animal tem é alto, tentamos conseguir recursos junto ao Lanagro e outras entidades para trabalhar o potencial pecuário da capivara e também metodologias de controle, visto que há uma superpopulação no Brasil inteiro e isto é um problema principalmente por causa da febre maculosa. Mas os recursos não foram conseguidos”, disse.

Animais comem à beira da Lagoa da Pampulha

Animais comem à beira da Lagoa da Pampulha

Ainda de acordo com o professor, “a Prefeitura de BH estava disposta a ter alguns recursos para começarem as pesquisas, então foi enviado uma carta de intenção à prefeitura do município de Pedro Leopoldo no início de 2013, para saber se a prefeitura gostaria que a UFMG trabalhasse com as capivaras e doenças como a febre maculosa, a leptospirose entre outras. Ajudando assim não só um problema de Pedro Leopoldo, de Belo Horizonte, mas do Brasil inteiro. Porém a prefeitura não deu nenhum retorno e a matéria foi veiculada no jornal. Mas nada seria efetivado sem que antes tudo fosse acertado entre a prefeitura de BH, de Pedro Leopoldo e a Fazenda Modelo. Na verdade as capivaras não virão mais para a cidade, certamente os animais que viessem seriam previamente estudados, triados antes e não seriam trazidos animais com doenças e carrapatos. A própria população já manifestou contra e até o recurso para pesquisa que seria disponibilizado já foi cancelado também.” Afirmou Leonardo.

reuniao professor ufmg 1

Público presente na reunião

Segundo ele, cada capivara pode produzir em média 18 filhotes por ano e atualmente em Pedro Leopoldo foram contabilizadas 126 animais. Não se sabe ao certo se a febre maculosa é transmitida pela capivara, sabe-se que na região já houve registro da doença transmitida por cavalo e que os principais predadores desse roedor são a Sucuri e a Onça, animais estes que na região praticamente não existem, o que facilitaria ainda mais a reprodução das capivaras. Esse recurso que seria disponibilizado seria útil para desenvolver as pesquisas tanto sobre as doenças quanto para o controle de natalidade dos animais. O alerta é que com esse número de 126 animais e nenhum controle, a quantidade de capivaras só tende a aumentar e em breve pode se tornar um problema imenso para o município. Não se pode matar animais silvestres, a legislação do Ibama define que esses animais sejam recolhidos e enviados para criadouros. As intenção da universidade e da Fazenda Modelo é justamente contribuir para a solução do problema.

Atualizada dia 26/02 as 16h30.