LafargeHolcim demite 87 trabalhadores em Pedro Leopoldo e 40 em Barroso

SINDICATO PROMETE ENTRAR NA JUSTIÇA CONTRA AS DEMISSÕES

Reportagem e foto: Pacheco de Souza

Fábrica de Pedro Leopoldo

Fábrica de Pedro Leopoldo

A direção da LafargeHolcim demitiu 87 trabalhadores de sua fábrica em Pedro Leopoldo e outros 40 funcionários da unidade Barroso, ambas em Minas Gerais. A decisão tomada por uma das maiores fabricantes de cimento do mundo, aconteceu na manhã dessa segunda-feira, 23 de novembro.

Em entrevista à Rádio PL FM na manhã de ontem, a Diretoria do Sinticomex prometeu entrar na Justiça contra as demissões. “Esta é uma notícia muito triste, porque já haviam boatos sobre estas demissões e a empresa não negociou antecipadamente com o Sindicato. Hoje são cerca de 430 funcionários na fábrica de Pedro Leopoldo e as demissões representam 20% destes trabalhadores. Por causa desta não negociação, vamos entrar na Justiça com uma ação anulatória destas demissões, alegando que a empresa deveria cumprir a lei de diminuição dos salários ou negociar antecipadamente com o Sindicato”, disse Wilson Geraldo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, do Mobiliário e da Extração de Mármore, Calcário e Pedreiras de Pedro Leopoldo e região.

Ainda de acordo com o Sindicato, na cidade de Barroso também foram demitidos 40 funcionários.

Posicionamento da empresa

Em função do momento econômico atual, a LafargeHolcim vem empregando esforços para otimizar seu processo de produção e distribuição, além de estudar várias alternativas para sustentar as vendas em um mercado em queda, com resultados  abaixo do esperado. A comercialização de cimento, que é um indicador da atividade econômica, sofreu retração de 8,4% de janeiro a outubro deste ano.  A projeção nacional é fechar o ano de 2015 com recuo de 10%, sendo que no Estado de Minas Gerais o número pode chegar a 12%.  Na LafargeHolcim o recuo das vendas será similar, um pouco acima dos 10%, em função dos mercados onde está presente.  Para o próximo ano, a projeção do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC) também é de queda, com possibilidade de retomada do crescimento da demanda de materiais de construção só a partir de 2017/2018.

Apesar dos esforços empregados,  ainda faz-se necessária uma adequação nas operações para  manter a competitividade. Diante desse cenário, a LafargeHolcim teve que adotar medidas para ajustar sua produção, o que tem como consequência a redução de turnos,  a manutenção de apenas um forno em funcionamento nas unidades de Pedro Leopoldo e Barroso, a revisão das tarefas e a reestruturação nos quadros funcionais, o que na unidade de Pedro Leopoldo significou o desligamento de  87 empregados nesta segunda-feira (23/11).

Esta é uma decisão difícil, porém inevitável no contexto econômico atual. A LafargeHolcim reconhece as dificuldades do mercado de trabalho, que são o reflexo de uma crise maior que atinge toda a indústria brasileira. Com o objetivo de minimizar os efeitos dessa decisão, a empresa garante um pacote de benefícios complementar em linha com as práticas de mercado, que inclui bônus salarial (variável em função do tempo de casa) e extensão da assistência médica e auxílio alimentação, além de apoio para a recolocação no mercado.

A LafargeHolcim reafirma seu compromisso em manter um diálogo franco e transparente com todos os seus públicos, em especial os seus empregados, que sabem que o objetivo de qualquer empresa bem-sucedida é garantir a sustentabilidade dos negócios e a continuidade das unidades, promovendo um ambiente de trabalho que privilegie o desenvolvimento.

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Trabalhadores reivindicam garantia de empregos em Matozinhos

Reportagem: Pacheco de Souza / Fotos: Ricardo Barbosa

Audiência Pública na ALMG

Audiência Pública na ALMG

Trabalhadores da empresa Mineração Belocal, na cidade de Matozinhos, marcaram presença nesta quarta-feira, 8, na Assembleia Legislativa, na audiência pública que tratou do possível fechamento da empresa. O assunto foi debatido através da Comissão de Trabalho, da Previdência e da Ação Social. As atividades da empresa já estão paralisadas por questões relacionadas ao licenciamento ambiental.

Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social debate a situação de centenas de trabalhadores da Mineração Belocal Ltda., localizada no município de Matozinhos, que está com suas atividades paralisadas há três semanas por questões rela

Prefeito Antônio Divino (à direita da foto) também esteve no evento

O deputado estadual, João Alberto (PMDB), autor do requerimento que culminou na audiência, tem acompanhado a situação de perto e relata sua preocupação em manter os empregos. “São 200 empregos em risco. Não podemos deixar que estes trabalhadores sejam demitidos. Precisamos encontrar uma solução e este foi nosso objetivo nesta audiência. Apresentamos seis requerimentos para a Comissão. Temos que conciliar o lado econômico e o lado social, sem ferir a legislação vigente”, avalia o deputado.

A reabertura da empresa depende de uma licença ambiental a ser concedida pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (COPAM) ou a votação de uma liminar no Tribunal de Justiça que acontece no dia 9 de abril e que pode autorizar a retomada das atividades até que seja votada uma nova licença.

O prefeito da cidade de Matozinhos, Antônio Divino, disse estar preocupado com os danos sociais que o fechamento da empresa podem causar na cidade. “A Belocal é a segunda maior empresa da cidade e a demissão, neste momento, causa muitos prejuízos financeiros e sociais”, analisa.

Trabalhadores presentes fizeram reivindicações

Trabalhadores presentes fizeram reivindicações

O promotor de Justiça, coordenador regional do Meio Ambiente, Mauro da Fonseca Ellovicht, ressaltou que se a empresa apresentar relatório consistente com os requisitos de reestruturação de sua operação, o empreendimento pode voltar a funcionar. “Estamos preocupados com a situação dos trabalhadores, mas precisamos que a empresa faça a sua parte e cumpra a legislação”, afirma.

João Alberto reforçou que a empresa terá que apresentar relatório sobre os danos causados. “Temos que avaliar o interesse social, sem deixar de lado as questões ambientais. Temos que trabalhar, juntos, por uma solução que não prejudique a geração de emprego e nem a captação de receitas do Município e Estado”, disse o deputado João Alberto.

Representando o Governo de Minas, o superintendente da Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram), Geraldo Vitor, explicou que  setor está empenhado. “O processo de revalidação de licença da empresa Belocal está sendo analisado com urgência pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente”, disse.

Trabalhadores manifestam

Funcionário da empresa Belocal e engenheiro de processo, Lucas Meza contou da situação que vivem os trabalhadores. “Todos nós passamos por um momento de apreensão. Estamos inseguros e incertos sobre nosso futuro. Vamos lutar pela continuidade de nossos empregos”, relata.

Diretor do Sinticomex (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Pedro Leopoldo e Matozinhos e do Sintiemp – Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração de Mármores, Calcário e Pedreiras de Matozinhos, Prudente de Morais, Capim Branco e Pedro Leopoldo), Joaquim Miranda, pediu sensibilidade dos órgãos. “O que reivindicamos é a manutenção dos empregos, de forma que se cumpra a legislação, mas leve em consideração o lado social”, pontua.

Diversos trabalhadores fizeram o uso da palavra na tribuna e pediram a manutenção dos empregos.

Fonte: Assessoria de Comunicação da ALMG

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