Arquidiocese fala da saída do Padre Manoel e não responde críticas feitas por ele aos colegas de presbitério

Reportagem e foto: Pacheco de Souza

O Padre Manoel Venâncio de Oliveira deixou a comunidade de Fidalgo e Quinta do Sumidouro nesta quarta-feira, 15 de dezembro. O sacerdote estava à frente da Igreja de Nossa Senhora da Conceição há cinco anos e trabalhava para transformar o tempo religioso em Paróquia independente, desvinculando-a da Paróquia Santo Antônio, em Lagoa Santo Antônio. Padre Manoel revelou que essa foi uma promessa feita por Dom Walmor no passado, que não foi cumprida pelo Bispo. Durante Missa de despedida, celebrada na noite de terça-feira, o Padre criticou os colegas de presbitério, atribuindo a eles a sua saída de Fidalgo. No Instagram do Portal Mix Notícias publicamos um vídeo com um trecho da celebração, confira lá!

Com a igreja lotada o Padre comentou sobre as críticas sofridas por manter a igreja aberta durante o período de pandemia, além de realizar casamentos, batizados e outros eventos. O sacerdote garantiu que tudo foi feito seguindo as normas de distanciamento social. “Estou saindo para cumprir a obediência para o qual fui ordenado, mas não capacho, sou capacho de Deus. Não realizei nada às escondidas, tudo que fiz está filmado. Andei com o Santíssimo Sacramento com distanciamento, fiz casamento, batizei e celebrei. Sou operário do Senhor, sou trabalhador e não posso ficar de braços cruzados. Em toda história da igreja aconteceu pandemia, mas a única entidade que nunca fechou as portas foi a igreja”, justificou.

Procurada pela nossa reportagem a Arquidiocese de Belo Horizonte enviou uma nota com o posicionamento sobre a transferência do Padre Manoel

“Desde a origem da Igreja, os cristãos têm estilo de vida missionário. A Bíblia ensina sobre a vida dos apóstolos: eles percorriam o mundo para evangelizar. Hoje, essa dimensão missionária é compromisso de todos os sacerdotes. Por isso, as transferências de padres, entre paróquias, ou mesmo cidades e países, são muito comuns: seguem esse caminho iniciado na origem da Igreja. Uma tradição que ajuda a dinamizar o trabalho nas paróquias, sempre abertas a novas contribuições. Contribui também para a trajetória dos sacerdotes que, ao aceitarem novos desafios, renovam o seu compromisso com a vida missionária. A transferência de sacerdotes é uma situação comum no contexto da Igreja. Cada mudança é definida pelo arcebispo metropolitano, em permanente diálogo e comunhão com os padres, e sempre atento à realidade global das aproximadamente 1500 comunidades de fé, dos 28 municípios que integram a Arquidicoese de Belo Horizonte”, diz a nota.