Médicos ameaçam suspender atendimento na Maternidade após atraso de repasses da Prefeitura

Reportagem e foto: Pacheco de Souza

Os médicos plantonistas da Maternidade Dr. Eugênio Gomes de Carvalho, localizada no centro de Pedro Leopoldo, reclamam que a Prefeitura Municipal está há três meses sem pagar o convênio feito com o Instituto que administra a Maternidade. Segundo o médico Dr. Márcio Perez, os meses de agosto, setembro e outubro ainda não foram pagos e os médicos plantonistas estão com os pagamentos atrasados.

Dr. Márcio Perez trabalha na unidade de saúde há 20 anos e, segundo ele, a equipe composta por pediatra, anestesista e obstetra ameaça cruzar os braços se o caso não for solucionado pela Secretaria Municipal de Saúde. “Queremos a regularização pontual destes atrasos. Nós queremos dialogar, mas a Prefeitura não responde às nossas propostas. Nós profissionais temos dívidas a pagar e a prefeitura através dos seus dirigentes estão deixando as coisas correr solta”, disse. O médico acrescentou que haverá paralização dos serviços caso o pagamento não seja regularizado.

O que diz a Prefeitura de Pedro Leopoldo

A Secretaria de Saúde informa que desde 2017, vem dialogando bastante com o Instituto (responsável pela gestão da maternidade) no intuito de acompanhar e otimizar as parcerias existentes.

Sobre os convênios, existem dois instrumentos ativos, sendo o primeiro no valor de 150 mil em que são realizadas cirurgias e principalmente os partos e que conta com financiamento de recurso SUS. Já o segundo convênio é no valor de 180 mil e é financiado exclusivamente com recursos próprios de Pedro Leopoldo com o intuito de fomentar a prestação de serviços médicos.

Nesse sentido, a soma de recursos mensais que a Maternidade recebe fica em torno de 330 mil/mês, um total de quase 4 milhões por ano. Desses 4 milhões, aproximadamente 75% do montante são exclusivos de Pedro Leopoldo.

A falta de recursos em Pedro Leopoldo diante do apoio apenas do Ministério da Saúde, sem reajuste a longo tempo, inviabiliza a manutenção plena dos convênios, e caso não aconteça aporte de recursos de municípios vizinhos ou da Secretaria Estadual de Saúde será necessário repensar os moldes da parceria. Diante desse quadro precisamos contar muito com a apoio da maternidade nesse momento de crise financeira.

Em relação ao suposto fechamento da maternidade, esclarecemos que o montante de 4 milhões (partos e plantões) é uma das fontes de recursos do Instituto, ou seja, a maternidade tem outras opções, como atendimento a convênios particulares por exemplo. Dessa forma caso a opção do Instituto seja realmente fechar a Maternidade, tal fato acontecerá por motivos que não são de autonomia da Secretaria de Saúde, uma vez que temos negociado intensamente, desde 2017, uma melhor equalização da parceria.

O que diz a Maternidade Dr. Eugênio Gomes de Carvalho

O Hospital e Maternidade Dr. Eugênio Gomes de Carvalho esclarece que está em conversações com a prefeitura de Pedro Leopoldo, no sentido de renovação dos convênios para atendimento da unidade, incluindo as verbas em atraso dos plantões médicos, e com isso continuar oferecendo bons serviços à população.

Assim que houver a conclusão dessas negociações, a população será amplamente informada. A diretoria do hospital conta com a compreensão de todos.