Ciganos reivindicam a doação de terreno com infraestrutura no bairro Lagoa Santo Antônio

Presidente do Conselho Estadual de Promoção e Igualdade Racial, representante dos Povos Tradicionais, defende a Revitalização da Lagoa, mas cobra respeito aos povos ciganos

A Cigana Valdinalva Barbosa dos Santos em conversa com o Prefeito Marião

Reportagem e foto: Pacheco de Souza

A Proposta do Projeto de Revitalização da Lagoa, em Lagoa Santo Antônio, na Região Norte de Pedro Leopoldo, foi apresentada pela COPASA em reunião na tarde dessa terça-feira (26). Cerca de 50 pessoas participaram da reunião realizada no prédio da prefeitura municipal, em sua maioria, as cadeiras estavam preenchidas por Povos Tradicionais (Ciganos). Também estava presente representante da Copasa, Projeto Manoelzão, ONG Lagoa Viva, Rede Recoa, Associação de Moradores de Lagoa Santo Antônio, Prefeito Cristiano Marião, vereador Alex da Farmácia, ICMbio, Membros da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, moradores do bairro Lagoa e outros convidados.

Um destaque na reunião de ontem foi a participação do Raphael Rodrigues, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e a Cigana Valdinalva Barbosa dos Santos Caldas – presidente do Conselho Estadual de Promoção e Igualdade Racial, ambos reivindicaram a inclusão da pauta dos Povos Tradicionais no projeto de revitalização da lagoa.

“Viemos pela pauta dos ciganos. Hoje estamos enfrentando problemas com o município de Pedro Leopoldo e estamos pedindo uma reunião com o prefeito Cristiano Marião para explicar a situação dos ciganos, quem somos e depois cobrar os deveres do município. Nos sentimos de lado e sem políticas públicas que inclua os ciganos. Estamos de acordo com o projeto de revitalização da lagoa, desde que, coloque em ressalva que respeite os direitos dos povos tradicionais que moram no local”, comentou a cigana Valdinalva Barbosa acrescentando que os ciganos reivindicam a doação de um terreno com infraestrutura para os povos ciganos morar.

Ainda de acordo com a presidente do Conselho Estadual de Promoção e Igualdade Racial, o Município de Pedro Leopoldo, assim como outros municípios, está cometendo “violação de direitos e racismo institucional”, finalizou.

O outro lado

“Os ciganos são povos errantes e estavam construindo casas de alvenaria dentro de uma Área de Preservação Permanente e em outra área destinada a construção de uma escola, em Lagoa Santo Antônio. Não depende do prefeito querer ou não fazer a sessão do terreno, eu sigo regimentos e leis. Nós temos responsabilidades com os povos ciganos, mas também temos responsabilidades com os moradores do bairro, vocês têm direitos e também tem deveres. Eu não posso passar por cima de lei e autorizar a construção de casas irregulares. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais já determinou a retirada destas casas que foram construídas de forma irregular”, disse o prefeito Marião à representante dos ciganos tarde passada.

O Prefeito Cristiano Marião defendeu o município da acusação feita pelos ciganos de violação de direitos e racismo institucional. Segundo o chefe do executivo, os ciganos são atendidos nos postos de saúde, os filhos estão nas escolas e outros serviços públicos também são destinados à eles. Marião garantiu que fará uma reunião com a representante local dos ciganos juntamente com o Procurador Geral do Município e outros atores interessados no tema.

Próximos passos após apresentação do Projeto de Revitalização da Lagoa

De acordo com Márcia Lopes da Rede Recoa, essa foi a 6ª reunião com essa temática e o próximo passo é encaminhar a proposta, com ressalvas, para Copasa e o Ministério Público Federal sugerindo a validação do grupo que está participando dos encontros para acompanhar todas as etapas do Projeto de Revitalização. A validação deve ser dada pela Promotora Dra. Mirian Moreira Lima promotora. Com o encerramento do ano a próxima reunião para tratar do assunto só deve acontecer em fevereiro de 2020.

Representante dos Ciganos conversou por mais de 15 minutos com o Prefeito Marião e sugeriu reunião para tratar da pauta cigana

Revitalização de Lagoa avança após nova reunião em Lagoa de Santo Antônio

A obra pretendida na comunidade é resultado da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Copasa e o Ministério Público Federal

Reportagem e fotos: Pacheco de Souza

Aconteceu na tarde desta quarta-feira (16), na esquina da Rua Progresso com Rua Luiz Pires Guimarães, no bairro Lagoa de Santo Antônio, Região Norte de Pedro Leopoldo, uma reunião com Membros do Instituto de Geociências da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, ONG Lagoa Viva, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e ICMBio, além da participação do vereador Alex da Farmácia. O encontro foi para tratar do Projeto de Revitalização da Lagoa.

A obra pretendida na comunidade é resultado da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta entre a Copasa e o Ministério Público Federal. Uma empresa responsável por um loteamento na região do urubu também irá canalizar recursos para o projeto, a iniciativa é fruto compensação ambiental. 

Entenda o caso

Segundo a ONG Lagoa Viva, em 2016 a instituição apresentou denúncia ao Ministério Público Federal contra a Copasa pelo vazamento de esgoto na Lagoa. De lá pra cá, a Copasa foi multada e, como forma de compensação ambiental pelo dano ambiental causado, terá que pagar as custas de um projeto que vai levantar informações sobre as características da lagoa. Só após este estudo é que será possível apontar qual obra de revitalização poderá ser feita na região.

Resumo da reunião de hoje

Os representantes do ICMBio disseram que o projeto será discutido junto com os moradores que estão na área de influência da Lagoa. Por isso, audiências públicas serão realizadas com o objetivo de participar os moradores sobre as obras propostas para o entorno da lagoa. “Um conjunto de ações integradas que passa pelas informações de conhecimento de quanto de água cabe na lagoa, com ela fica no período de seca e traçar um diagnóstico do que precisa ser feito. A proposta é de um projeto conceitual que respeite a legislação ambiental e as características da lagoa”, comentaram os membros do ICMbio.

Uma próxima reunião está marcada para o dia 31 de outubro com todos os atores responsáveis pela execução do projeto. Na oportunidade, a Secretaria de Planejamento Urbano ficou de entregar toda documentação solicitada sobre os moradores que possuem terrenos no entorno da lagoa, informações sobre a área de abrangência da lagoa e suas características na época de cheia e seca.

O Portal Mix Notícias e a Rádio PL FM participaram com exclusividade desta reunião. Se você tem interesse no assunto, ouça o programa Cidade Urgente da Rádio PLFM (87.9) nesta quarta-feira (17). A presidente da ONG Lagoa Viva, Conceição Lima, e o Secretário de Municipal de Meio Ambiente, João Luiz Issa, concederam entrevistas sobre o tema. O programa entra no ar às 11 horas. Além do aplicativo da emissora, o programa pode ser ouvido também pelo site – www.radiopl.com.br