Polícia Civil promove ações para reflexão sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes

Reportagem: Pacheco de Souza

A Polícia Civil de Minas Gerais promove, de 20 a 25 de maio, a Semana da Esperança. A ação tem por objetivo divulgar o Dia Internacional da Criança Desaparecida, lembrado no mundo inteiro no dia 25, e também estender a reflexão sobre o assunto durante a semana.

Para marcar a data, a Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida distribuirá, aos servidores e aos usuários do serviço, um laço de fita verde, como símbolo da esperança por encontrar as crianças desaparecidas. Hoje, em Minas Gerais, o índice de crianças desaparecidas é próximo de zero. No entanto, quando se trata de adolescentes, esse número já é mais significativo. A maioria desses adolescentes estão em fuga, ou seja, em desaparecimento voluntário, motivado por conflitos familiares, e acabam retornando para casa.

Ao longo da semana, a Polícia Civil também realizará trabalho preventivo e educativo, com dicas de prevenção ao desaparecimento; conscientização das famílias sobre seu papel no desaparecimento de crianças e adolescentes; orientações para a população sobre o que fazer no caso de desaparecimento e de localização de pessoas, alertando para as possíveis reincidências de desaparecidos.

Para a Delegada Maria Alice Faria “a esperança é que o desaparecimento de crianças, menores de 12 anos, seja banido para sempre. E que os adolescentes tenham, cada vez mais, ambientes familiares saudáveis com direitos sociais garantidos”.

Dia Internacional da Criança Desaparecida

No dia 25 de maio tem-se o Dia Internacional da Criança Desaparecida, iniciado em 1979, quando o garoto Ethan Patz, de Nova Iorque, desapareceu. Ele tinha seis anos de idade e, comovidos, parentes e amigos da família fizeram atos públicos anuais, em busca de respostas sobre o paradeiro do menino. Em 1986, o presidente norte-americano Ronald Reagan decidiu oficializar a data, e ela acabou ganhando alcance internacional.

Perfil

A maioria dos desaparecimentos de adolescentes está relacionada ao conflito familiar e com busca por aventura e/ou liberdade. Alguns casos são reincidentes, ou seja, não é a primeira vez que o adolescente desaparece do convívio familiar.

Há um outro perfil, ainda mais preocupante, quando o adolescente começa a se envolver nos primeiros delitos ou consumo de substâncias entorpecentes.

É importante alertar aos pais ou responsáveis a estarem sempre atentos com as demandas dos adolescentes, fazendo-se presentes em suas vidas, bem como manterem o diálogo familiar para evitar que os conflitos resultem no desaparecimento do ente querido.

O desaparecimento

O registro de desaparecimento deve ser imediato. Ele pode ser feito em qualquer unidade da Polícia Civil, da Polícia Militar ou pela Delegacia Virtual, por meio do linkhttps://delegaciavirtual.sids.mg.gov.br/. O registro gera um alerta no sistema da Defesa Social, que permite a qualquer agente saber que aquela pessoa está desaparecida. Caso retorne, é importante realizar o registro de localização.

Em Belo Horizonte, após o registro, é fundamental que um parente de primeiro grau compareça à DRPD para elaboração de um cartaz e iniciar a divulgação do desaparecimento. Basta levar uma fotografia atual, com boa resolução, do rosto do ausente. No interior, deve-se solicitar ao Delegado no Município ou Comarca a elaboração do cartaz por meio da DRPD.

A sociedade pode contribuir bastante, divulgando os cartazes, compartilhando as imagens pelas redes sociais ou informando pistas sobre o paradeiro dos ausentes pelo 0800 2828 197.

PREVENÇÃO

Crianças

Fique sempre alerta em locais com aglomerados de pessoas;

Conforme for crescendo, ensine a criança a repetir o nome dos pais, telefones de contato e endereço;

Providencie a carteira de identidade o quanto antes;

Oriente-os sobre como devem proceder com estranhos.

Adolescentes

Mantenha diálogo franco, evitando conflitos familiares;

Seja presente e participativo na vida do seu filho, respeitando seus direitos, com boa dose de permissões e proibições;

Compreenda os conflitos vividos. Mostre-se verdadeiramente interessado no que se passa. Ouça o que seu filho tem a dizer;

Procure conhecer as pessoas que convivem com seu filho.

Pessoas idosas ou com sofrimento mental

Assegure-se que a pessoa carregue sempre em seu bolso um documento de identificação e/ou um papel contendo o contato de um familiar;

Seja presente, dê afeto e carinho a essas pessoas;

Certifique-se de que os medicamentos estão sendo ingeridos conforme orientação médica;

Evite deixá-los sozinhos.